sábado, 3 de novembro de 2007

Comemoração dos Fiéis Defuntos - (Com atraso!)

Por motivos técnicos o blogue pareceu ignorar a Festa de Finados, que a Igreja comemorou ontem. Com o mais sincero pedido de perdão e procurando reparar o erro, aqui postamos uma explicação de tal comemoração.


Depois de se ter ontem alegrado por causa dos seus filhos que entraram na glória do Céu, a Igreja pede hoje por todos aqueles que, nos sofrimentos purificadores do Purgatório, esperam o dia em que poderão associar-se à assembléia dos santos. Nunca em toda liturgia, se afirma de modo mais vivo a misteriosa unidade, que existe entre a igreja triunfante, e Igreja militante e a Igreja padecente. Jamais se cumpre de modo mais palpável o duplo dever de caridade e de justiça que é, para os cristãos, conseqüência da sua incorporação no Corpo Místico de Cristo. Em virtude do dogma tão consolador da comunhão dos santos os méritos e sufrágios de uns são aplicados a outros, a pedido da Igreja que, pela Santa Missa, indulgências, esmolas e sacrifícios de seus filhos, oferece a Deus os méritos superabundantes de Cristo e de seus membros.

A celebração da Santa Missa, sacrifício do Calvário por nós continuado sobre os altares, foi sempre considerado pela Igreja como o principal meio de se cumprir para com os defuntos a grande lei da caridade cristã. Já no séc. V havia missas dos defuntos. Mas a comemoração de Todos os Fiéis Defuntos deve-se a S. Odilão, quarto abade de Cluny: foi ele quem a instituiu em 998,e a fixou no dia seguinte à festa de Todos os Santos. Esta prática breve se estendeu a toda a Cristandade.

O sacerdote suplica todos os dias a Deus, no cânon da missa, num memento especial em que recorda todos quantos dormem o sono eterno, que lhes conceda “o lugar do refrigério, da luz e da paz”. Não há, pois, missa alguma em que a Igreja não reze pelos defuntos; mas hoje o seu pensamento vai para eles de modo muito particular, com a maternal preocupação de não deixar nenhuma alma do Purgatório sem os socorros espirituais, e de as juntar todas numa só oração. Por privilégio que um decreto de Bento XV estendeu a todo o mundo, os padres podem hoje celebrar três missas: a Igreja multiplica, para livrar as almas do Purgatório,o oferecimento do sacrifício de Cristo, em que ela colhe, para todos os seus, os frutos infinitos da Redenção.
[do Missal Romano Cotidiano por Dom Gaspar Lefebvre]

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